Estação Ferroviária
Exposição Celebra 90 Anos Da Pedra Fundamental Da Estação Ferroviária.
A construção da estrada de ferro de Anápolis foi lançada em 28 de agosto de 1933.

Uma exposição de quadros e fotografias marca os 90 anos do lançamento da pedra fundamental da Estação Ferroviária de Anápolis. O acervo, que pertence ao Instituto de Patrimônio Histórico e Cultural Professor Jan Magalinski, foi montado no Ceitec (antigo Clube Ipiranga), onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Modernização.
O evento tem o apoio da pasta, através da Gerência de Turismo, sob a responsabilidade do historiador Jairo Alves Leite, que também preside o Instituto Jan Magalinski. Segundo ele, cerca de 400 alunos do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) vão visitar a exposição nos dois períodos até a próxima sexta-feira, 1º.
“Falo com eles sobre a estrada de ferro, a logística e a integração das atuais Ferrovia Centro-Atlântica e Norte-Sul, a importância disso para Anápolis”, informa Jairo. Os estudantes também assistem ao filme Hollywood do Cerrado, cujo conteúdo dá elementos para que se entenda a Anápolis do passado.
Jairo Leite conta que no dia 28 de agosto de 1933, quando a pedra fundamental da Estação Ferroviária de Anápolis foi colocada, Luiz Caiado de Godoy fez um discurso em que dizia que se tratava de um “marco de uma indescritível significação, podendo-se afirmar que é a mais tocante solenidade que já se registrou nos fatos da história desta ubertosa terra, desde a sua fundação por Gomes de Souza Ramos em 1870”.
O historiador ressalta que a inauguração da obra só ocorreria em 7 de setembro de 1935. Na programação da época, às 8h aconteceu a recepção, em Leopoldo de Bulhões, do comboio inaugural. Além da estação principal, na Praça Americano do Brasil, foram entregues a estação Engenheiro Valente, que acabou sendo demolida, e a General Curado, localizada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).
1934
O plano era que a estrada de ferro ficasse pronta ainda em 1934, mas segundo Jairo Leite, a falta de materiais atrasou o trabalho. Coube a empresários locais se juntarem e comprarem trilhos e dormentes, além de bancarem os últimos acabamentos, para que tudo fosse concluído para receber as locomotivas.
“O prefeito da época, José Fernandes Valente, mandou limpar ruas e praças, pediu à população que pintasse a fachada de suas casas para a grande festa que foi a inauguração da ferrovia”, revela Jairo.
“Na capa do jornal ‘Annapolis’ do dia 1º de setembro de 1935, saiu a notícia de que os preparativos para as festas do 7 de setembro estavam a todo vapor, devendo o banquete ser realizado no salão provisório do Club Lítero Recreativo Annapolino e o baile no Cine Áurea, localizados na Rua Antônio Carlos [atual Manoel d’Abadia]”, conta o historiador.
A estrada de ferro de Anápolis foi importante porque até 1950 foi a ponta da linha da Estrada de Ferro Goyaz. “Por isso que temos nas proximidades do Centro vários armazéns atacadistas e cerealistas que foram construídos no período áureo da ferrovia”, relata Jairo.
O historiador conta ainda que antes da festa de inauguração, comerciantes locais precisam dar início ao escoamento de produtos. Por isso, chegou à cidade, em 14 de julho de 1935, uma composição com uma locomotiva pilotada pelo maquinista mineiro Alberto Pulga, carregando 1.914 sacas de cereais.